Luiz Guilherme Michelato
Ansiedade, nervosismo, emoção, pressão e classificação. Essas cinco palavras definem bem o que foi a estreia vitoriosa do Corinthians no Mundial de Clubes. Ansiedade da torcida, que esperou mais de cinco meses por esse momento. Nervosismo dos jogadores, que demoraram algum tempo para se sentirem a vontade em solo japonês. Emoção no gol de Guerrero, que garantiu a vitória por 1 a 0 sobre o Al Ahly, do Egito. Pressão da equipe egípcia, que dominou o segundo tempo e quase chegou ao empate. Classificação da Fiel, que terá mais um belo motivo para levantar cedo no próximo domingo, acompanhar seu time em busca do segundo título mundial.
O adversário da decisão será conhecido amanhã, no confronto entre Chelsea e Monterrey, do México. Quem vencer enfrenta o Timão no domingo, em busca do posto de melhor time do mundo.
O jogo
A partida começou amarrada, com as duas equipes se estudando. Muito retrancado, o Al Ahly esperava o Corinthians e sonhava com os contra ataques. Já o Timão tocava a bola, no campo de defesa, de um lado para o outro, procurando espaços para abrir o ferrolho egípcio.
O primeiro chute do jogo só aconteceu aos 11 minutos. Levantamento para área, a zaga dos africanos tira mal e a bola sobra com Douglas, que bateu, de primeira, rente a trave do goleiro Ekramy.
A equipe paulista chegou a ter 70% de posse de bola, porém, não conseguia criar nenhuma chance concreta de gol. Douglas estava bem na partida, mas precisava buscar a bola no campo de defesa e levar ela até o trio ofensivo, formado por: Danilo, Emerson e Guerrero. A distância entre os setores prejudicava e dificultava a articulação.
Na primeira vez que a dupla Douglas e Guerrero funcionou, saiu o gol corintiano. Após cobrança de escanteio pela esquerda, a defesa egípcia cortou. Fábio Santos pegou a sobra e rolou novamente para o camisa 10, que cruzou, de três dedos, na medida para o peruano escorar de cabeça e abrir o placar em Toyota, aos 30 da primeira etapa.
No segundo tempo, que tinha tudo para ser mais tranquilo, a tensão tomou conta. Logo de cara, como era esperado, os egípcios partiram para cima. Teoricamente o Corinthians teria mais espaço para marcar mais gols e definir o confronto. Mas ficou só na teoria.
Os brasileiros se contentaram em se defender durante os 45 minutos finais e, pior, fraquejou no que tem de melhor, o seu setor defensivo. O Al Ahly teve pelo menos duas grandes chances de empatar a partida. Na primeira, Rabia quase surpreendeu Cássio com um chutaço de fora da área. Na segunda oportunidade, Fathi recebeu nas costas de Fábio Santos, invadiu a área e bateu na saída do arqueiro alvinegro, assustando os mais de 30 mil corintianos que acompanham o time no Japão.
Paulinho, que esteve longe de fazer um jogo digno de seu potencial, foi o único que assustou o campeão africano na etapa final. Na melhor chance, o volante recebeu de Guerrero, cortou o zagueiro e, quando ia ficando de frente com Ekramy, foi bloqueado pelos zagueiros.
O sufoco continuou até os 50 minutos, quando o árbitro mexicano, Marvin Torrentera, deu números finais ao confronto e confirmou o Corinthians na final do próximo domingo, dia 16.
Sanfrecce vence Ulsan Hyundai e fica em quinto
Na disputa pelo quinto lugar, o Sanfrecce Hiroshima, representante do país sede, venceu o campeão asiático, Ulsan Hyundai, por 3 a 2 e terminou sua primeira participação no Mundial de Clubes com vitória.
Apesar do triunfo japonês, quem abriu o placar foram os sul-coreanos. Mizumoto, contra, deixou o Ulsan em vantagem. Mas, Yamagishi e o artilheiro Sato, duas vezes, viraram para os donos da casa: 3 a 1. Nos acréscimos, Lee Yong ainda descontou, entretanto, a vitória foi mesmo japonesa.